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I Festival de Arte, Cultura e Gastronomia do Bosque das Bromélias

8 de Agosto de 2016, 19:21 , por Rodrigo Maurício Freire Soares - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Em 06 de agosto de 2016 o Bosque das Bromélias realizou o seu primeiro Festival de Arte, Cultura e Gastronomia. O evento foi a atividade final do curso “Bairros Criativos”, organizado coletivamente pelos moradores ao longo de três encontros realizados nos dias 09/07, 16/07 e 30/07. O conteúdo do curso foi elaborado pelo Prof. Milton Júlio (IHAC/UFBA) e contou com instrutoria local do gestor social e arte educador Israel Campos. A atividade é parte integrante do Projeto Minha Casa Nossas Vidas, executado pela Universidade Federal da Bahia com recursos do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal, e trata-se do último curso de Formação Cidadã. A programação apresentou a diversidade do Bairro, com apresentações de teatro, balé, música e moda, capoeira, além da gastronomia e venda de produtos artesanais.

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A realização de um evento fundamenta-se em seu potencial de reunir diferentes públicos, despertando nas pessoas um "fazer coletivo". Desde o início do Projeto, outras atividades materializaram o campo da participação como percurso possível de concretude (clube de trocas, criação do blog, criação do jornal etc). Nestes momentos, evidenciou-se que, mesmo com recursos humanos e materiais limitados, é possível realizar atividades com impacto no território. 

Os encontros preparatórios para a realização do festival (09/07, 16/07 e 30/07) conjugaram uma discussão sobre o referencial teórico de economia criativa e a prática para a realização de um evento cultural.  O elemento norteador deste processo foi "como um bairro pode trabalhar as suas potencialidades e vocações locais na área da cultura?", sendo o festival um momento de consolidação das atividades já desenvolvidas pelos grupos locais.

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É fundamental registrar que a programação foi totalmente construída pelos moradores, com a formação de grupos responsáveis pela organização de cada uma das apresentações. O que norteou esta construção foi a busca pela inserção de ações que ocorrem com regularidade no empreendimento, e cujos participantes já possuem um nivel de organização enquanto grupo e reconhecimento local.  Foram montados então os grupos responsáveis pelo artesanato, pela gastronomia e pelas apresentações do dia. Durante todo o mês de julho, além dos encontros presenciais regulares, a equipe do Projeto manteve contato também remotamente (grupo de whatsapp, telefone) como forma de acompanhar o andamento da organização. 

O artesanato produzido e exposto no Festival trouxe a multiplicidade de cores e texturas, explorando tonalidades dos conjuntos. No que se refere a gastronomia, os lanches rápidos (sanduiches, bolos, salgados) foram comercializados, mas também houve espaço para comidas típicas baiana. É importante ressaltar que os moradores conseguiram vender a maior parte dos seu produtos, sendo um discurso recorrente a geração de renda propiciada pelo Festival.

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 O Festival teve início às 14h com a apresentação do grupo de Balé local local formado por cinco jovens do Bosque das Bromélias. 

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Em seguida foi a vez da demonstração dos alunos de Boxe, conduzida pelo Professor Adson. O Boxe é uma das atividades realizadas no Bosque das Bromélias com regularidade semanal, tendo se iniciado no Bromélias 3 (amarelo) e hoje já ocorrendo também no Bromélias 5 (verde). 

 O teatro foi um dos momentos bastante aguardados, pois o grupo de jovens de 12 a 17 anos vem tendo aulas com duas professoras (Rosivânia Soares e Nadja Acioly) idealizadoras do Projeto E.I.TA (Educação Integração, Teatro e Artes) apoiado pela UFBA. As aulas são realizadas às quartas-feiras e tem mobilizado um grupo crescente de jovens interessados. 

Foi apresentada uma cena em que as crianças trouxeram o tema "O que é que as Bromélias têm?". Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós? O que temos aqui? Estes foram alguns dos questionamentos do grupo e que evidenciaram a diversidade do bairro.

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Em seguida foi a vez do Desfile "Divas das Bromélias", com a participação de um grupo de meninas que além de terem desfilado, foram responsáveis pela criação das roupas com a utilização de material reciclado. O grupo reune-se semanalmente para produzir em conjunto a partir dos itens coletados no próprio bairro (jornais, copos descartáveis, sacos plásticos, tampas, latinhas etc). O grupo de aretesanato integra também o E.I.TA (Educação Integração, Teatro e Artes) e é conduzido pela moradora Adriana Ferreira. 

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Em seguida foi a vez da Poesia ser o foco das atenções, sendo declamada pela moradora Maria Cirlene, sendo um momento de reflexão para os participantes.

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O tema da acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência também foi lembrado durante o Festival. Jailson Teles é um morador do Bosque das Bromélias e deficiente visual. Recentemente, ele foi aluno de um curso de manutenção de microondas ministrado na Associação Baiana de Cegos, composto apenas por outros deficientes visuais. Jailson trouxe a questão da passagem de saberes entre cegos e aprendizagem de um ofício como um tema a ser abordado. Foi então criado o curta "Muito Além da Visão", pela equipe da UFBA, o qual foi exibido no Festival. Foi um momento bastante signficaitivo pois além da temática do ofício e da história de vida de Jailson, o curta traz a questão da superação. O conteúdo motivador evidenciou o protagonismo de Jailson e como essa postura deve ser uma postura a ser adotada pelos outros moradores. 

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Em seguida foi a vez da apresentação de Capoeira, conduzida pelo moradores Robson e Rogério, ambos capoeiristas que ministram aulas no empreendimento. 

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A última apresentação do dia foi a Banda de Pagode que nasceu a partir da iniciativa de jovens do bairro. Ainda que o Projeto não tenha empreendido esforços diretos na criação e formação deste grupo, a participação dos músicos revela o interesse dos jovens na faixa etária de 18 a 25 anos em envolver-se em atividades culturais do bairro. O grupo já fez algumas apresentações em bairros do entorno (São Cristovão e Itapoan). 

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Reafirma-se que a ideia do Festival foi dar visibilidade às ações que já ocorrem no Bosque das Bromélias. O processo de organização do Festival é entendido aqui também como uma etapa também pedagógica, essencial para o fortalecimento da governança local. Os grupos e moradores participantes integram os grupos de trabalho de Cultura e Comunicação e Esporte & Lazer. 


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