
Coordenação: Tânia Fischer
Membros do Projeto: Rodrigo Maurício Freire Soares
Período: 2008-2010
Financiador: FAPESB
O Projeto investiga os fenômenos sociais representados pela emergência e diversidade dos ofícios artesanais. Tem como ênfase os artesãos e sua produção quanto a natureza, trajetória, formas organizativas e tecnologias de difusão dos saberes populares, tendo como recorte territorial a região do Sisal, composta por vinte municípios.
A iniciativa tem como objetivo mapear os mestres artesãos caracterizando os saberes populares para reconhecer, valorizar e difundir à sociedade as artes e ofícios populares nos territórios de identidade do semi-árido baiano (região sisaleira), sistematizando formas de passagem dos saberes e contribuindo para a preservação de tecnologias sociais ligadas à cultura e identidade baiana. Orienta-se a partir das seguintes questões focais:
1. Quem são, o que fazem, porque fazem, como fazem e com quem trabalham os mestres em artes e ofícios nos territórios de identidade do semi-árido baiano?
2. Quais são os níveis de maestria, os indicadores de desempenho, os critérios e modos de avaliação dos saberes?
3. Quais são as formas de sistematização dos saberes?
4. Como difundir as artes e os ofícios populares?
5. Como preservar as artes e ofícios populares em museus contemporâneos de artes e ofícios populares?
No ofício artesanal predomina o repasse do saber popular de modo distinto dos demais. Para ser um mestre-artesão não basta querer aprender e possuir determinadas habilidades, mas ser eleito por um outro mestre que enxergue a sensibilidade e vocação para tal. A identidade compreende a noção de bens culturais, abrangendo os símbolos, os signos, os valores de um universo plural, os bens ecológicos, as tecnologias, as artes, além dos fazeres e saberes tradicionais, inseridos na dinâmica do cotidiano territorial, resultando nos valores mais autênticos da territorialidade. É no contexto da cultura popular e da identidade cultural que se origina e se desenvolve as diferentes tipologias de artesanato implicando na inexorável relação entre o processo produtivo e produto com a cultura que lhe atribui significado e funcionalidade.
RESULTADOS:
Foram identificados oito mestres-artesãos no Território a partir de critérios definidos pela equipe, a qual revisitou indicadores já criados por instâncias governamentais, organismos internacionais e prêmios já concedidos a mestres artesãos em outros contextos. A metodologia priorizou as histórias de vida dos artesãos, como sendo representativas, em última análise, do próprio artesanato trabalhado. As histórias dão visibilidade a artesãos que, em alguns casos, não desfrutam do reconhecimento além das fronteiras do seu município. Espera-se que este catálogo, ao trazer informações sobre os artesãos e artesanias, bem como do próprio município, se constituía em um registro histórico que contribua às futuras ações para o segmento artesanal no Estado da Bahia.
MAIS INFORMAÇÕES:
www.mestresartesaos.ufba.br